domingo, 17 de fevereiro de 2008
Os 10 maiores mitos sobre o Sono
Mito 1: No sono, seu corpo e mente descansam e se relaxam.
Não existe provas de que qualquer orgão (incluindo-se o cérebro) do corpo “se desligam” durante o sono. Na verdade, alguns processos fisiológicos se tornam mais ativos durante o sono. Por exemplo, aumenta-se a secreção de determinados hormônios e cresce a atividade cerebral para o aprendizado e a memória.
Mito 2: Seu corpo se ajusta rapidamente a diferentes horários de sono.
Seu “relógio” biológico deixa você mais alerta durante o dia mais sonolento à noite. Assim, mesmo que você trabalhe no período da noite, você naturalmente irá se sentir sonolento quando chegar a noite. Muitas pessoas conseguem reprogramar seu relógio biológico, mas somente por faixa de tempo – e mesmo assim, por 1-2 horas por dia no máximo.
Conseqüentemente, pode se levar mais que uma semana para se ajustar um novo ciclo de despertar e dormir, como, por exemplo, quando se depara em uma viagem por vários fusos horários ou quando muda de trabalho de dia para trabalho à noite.
Mito 3: Dormir 1 hora a menos por noite do que o necessário não irá afetar o seu desempenho de dia.
Esta perda pode não deixá-lo com sono durante o dia. Mas, um pouco menos de sono, pode afetar sua capacidade de pensar apropriadamente e ter respostas rápidas e ainda pode comprometer sua saúde cardiovascular e sua energia, assim como sua capacidade de combater infecções, principalmente se a perda ou falta de sono for contínua.
Se frequentemente você não tiver suas adequadas horas de sono, com o passar do tempo, sua “dívida” com o sono cresce e vai torná-lo excessivamente cansado durante do dia.
Mito 4: Sono extra à noite pode curá-lo de problemas com muita fadiga diária.
Não somente a quantidade de sono é importante, mas também a qualidade do sono. Algumas pessoas dormem 8 a 9 horas por noite, mas não se sentem bem descansadas ao acordar, porque a qualidade de sono delas é ruim.
Vários problemas de saúde (exemplo: apnéia) podem afetar a qualidade do seu sono.
Dormir mais não irá a sonolência durante o dia ou resolver a causa do mal. Contudo, muitos destes problemas podem ser tratados com mudanças de comportamento ou terapias médicas.
Mito 5: As pessoas, quando ficam velhas, precisam de menos sono.
As pessoas mais velhas não precisam de menos sono, mas elas frequentemente dormem menos ou acham que o sono delas menos restaurador. Isto é porque, quando as pessoas envelhecem, elas gastam menos tempo naqueles estágios profundos e quietos do sono e são muito mais fáceis de serem acordados. Pessoas mais velhas têm mais tendência de terem insônia ou outros problemas médicos que atrapalham seu sono.
Mito 6: Sonecas são uma perda de tempo.
Embora sonecas não substituam uma boa noite de sono, elas pode ser restauradoras e ajudam a conter o mau desempenho que possa resultar de uma noite mal dormida. As sonecas podem mesmo ajudar você a executar certas tarefas mais rapidamente.
Mas evite tirar sonecas depois das 3 da tarde, pois as sonecas pode interferir na sua capacidade de pegar no sono à noite. Além disso, limite suas sonecas para não mais que 1 hora de duração, porque sonecas longas irão fazer você difícil de acordar e voltar legal para suas atividades. Se você tira freqüentes sonecas durante o dia, você pode ter uma problema de sono que precisa ser tratado.
Mito 7 : Você pode compensar o sono que não teve durante a semana, dormindo mais no fim de semana.
Embora esta tentativa possa ajudar a aliviar uma parte desta “dívida”, ela não vai compensar completamente a falta de sono. E esta tentativa também não vai ajudar na mau desempenho durante a semana, devido ao fato de não ter dormido o suficiente.
Além disso, dormir mais nos fins de semana podem afetar seu relógio biológico ao ponto que será muito mais difícil ir dormir na hora certa nas noites de Domingo e levantar cedo nas manhã de Segunda.
Mito 8: As crianças que não dormem o bastante de noite irão mostrar sinais de sonolência de dia.
Diferente dos adultos, as crianças que não dormem o suficiente de noite, normalmente acabam ficando mais ativas do que o normal durante o dia.
Por outro lado, ela acabam também tendo dificuldade em prestar atenção e não se comportando adequadamente. Conseqüentemente, ela podem ser diagnosticadas erradamente como tendo déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Mito 9: Roncar é uma parte normal do sono.
Roncar durante o sono é comum, particularmente quando a pessoa vai envelhecendo. Muitos médicos especialistas dizem que roncar regularmente pode deixá-lo sonolento durante o dia e deixá-lo mais suscetível a diabete e doenças do coração.
E muitos estudos ligam o ronco com o mau desempenho na escola por parte das crianças. O ronco alto pode ser um sinal de apnéia, uma séria doença que deve ser tratada.
Mito 10: A principal causa da insônia são as preocupações.
Embora as preocupações e stress possam causar insônia, esta incapacidade persistente em cair no sono à noite pode ser causada por uma série de outros fatores. Certos remédios ou doenças do sono podem mantê-lo acordado à noite.
Algumas outras causas comuns de insônia são a depressão, problemas de ansiedade, asma, artrite e outras condições clínicas com sintomas que se tornam problemáticas à noite. Algumas pessoas, que têm insônia crônica, também parecem ser mais agitadas do que o normal, assim seria mais difícil para elas dormirem.
Fonte: http://www.sleepdisordersguide.com
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Um Tributo a Paladino - Have Gun Will Travel
O Verdadeiro Homem de Preto
Em 14 de setembro de 1957, um novo western (faroeste) debutava na rede de TV CBS. Richard Boone fazia o papel de um homem chamado “Paladin” em Have Gun Will Travel*. Mas esta expressão única em inglês, que poderia ser traduzida literalmente como “Tendo uma arma, viajarei” ficou imortalizada até hoje, sendo aproveitada em propaganda e outras mídias. A série ia ao ar ao sábados, às 9h30 da noite, logo antes de um faroeste popular, Gunsmoke, e passou por 6 temporadas de sucesso. (Começou como o 4º melhor show e seguiu por 3 anos como o 3º lugar.) A dramática abertura era com o Paladino mirando sua arma e dizendo suas palavras diretamente para a audiência, e a série sempre estampava estórias diferentes e com inteligência, raramente visto na tela pequena. A série raramente apareceu na TV nos últimos 25 anos, aparentemente porque foi filmada em branco e preto e porque continha muito violência. Esta última explicação não é verdadeiro, considerando a enorme violência exposta na TV hoje. Paladino matava muitos homens, é verdade , mas suas vítimas sempre mereciam- e quase nenhuma violência da série era gratuita.
No Brasil, a série foi apenas traduzida como Paladino. A série passou no Brasil pela antiga TV Tupi. Eu assisti alguns episódios e não sei se a Tupi colocou todas as temporadas no ar. Os poucos episódios que eu assisti, pude perceber que era um faroeste diferente, as estórias eram diferentes e sem aquele lugar-comum de outros faroestes da época. Pena que era preto e branco e eu adoraria se os episódios fossem colorizados e relançados. Enquanto este sonho não se concretiza, temos que assistir em P&B, mas não tira o seu grande impacto. O site Amazon vende o box com a série, mas em Inglês.
Nascido em 18 de junho de 1917 em Los Angeles, era, na verdade, de uma 7ª geração do homem da fronteira Daniel Boone. Ele estudou na Universidade de Stanford e teve aulas de atuação no famoso estúdio de Lee Strasberg. No final dos anos 40, ele atuou em algumas peças e ao vivo na TV em Nova York. Depois, teve participações em alguns filmes no começa da década de 50.
Mesmo com sua carreira na TV, ele ainda aparecia em diversos filmes no cinema e foi nomeado 5 vezes pelo Emmy como melhor ator.. Sua presença e intensidade sempre foram marcantes, atuando tanto na TV como no cinema. Ele também dirigiu alguns filmes e produções da TV, assim como alguns episódios de Paladino.
No começo dos anos 70, ele apareceu no papel de Hec Ramsey, uma outra série faroeste e uma vez disse que Hec Ramsey era o mesmo Paladino, só que mais gordo. É claro que os dois personagens era muito diferentes e dos dois, Paladino foi muito mais popular. Richard Boone nos deixou muito cedo, falecendo em 1981 aos 63 anos de idade.
O Seu Cartão de Visita
O primeiro episódio da série, “Three Bells to Perdido” (Três Sinos para Perdido), deu poucas pistas sobre o passado de Paladino. Na verdade, este episódio mostrou que ele tinha uma vida dupla: uma como um pessoa rica e sofisticada vivendo em um hotel San Francisco e a outra como pistoleiro de aluguel vestido de preto. Também foi conhecido o cartão de visita de Paladino, que praticamente aparecia em todos os episódios futuros.
O modo de trabalho de Paladino era uma constante lida nos vários jornais que ele assinava, buscando potenciais clientes nas turbulentos tempos da época. Depois, ele enviaria seu cartão, junto com um recorte da estória publicada, para a pessoa necessitada. (Um marketing simples e eficaz, não acham?) Seus honorários básicos era de 1,000 dólares – uma alta soma naqueles dias – e ele viajaria o quão longe fosse para buscá-los.
O herói do século 20 nos anos de 1870
Ao passo que a série prosseguia, tornou-se claro que Paladino vinha de uma família rica. Ele teria servido na cavalaria da União na Guerra Civil e tempo depois partiu para San Francisco para assumir sua vida dupla de um civilizado sofisticado e a de um duro pistoleiro.Ele vivia sua vida no Hotel Carlton, uma vida de lazer e luxo. Ele gostava de artes, boa comida, charutos, jogos, de conhecimento e é claro de mulheres. Ele se vestia com as roupas mais caras da moda e sempre tinha uma citação na ponta da língua,quer seja de Shelley ou de Montaigne para sedução de uma garota, ou talvez Sócrates ou Shakespeaere para aqueles de seu próprio sexo. Ele era capaz de falar várias línguas, tocar piano e compor suas próprias sinfonias, adivinhar a marca de um whisky com uma simples provada e jogar tênis de acordo com as táticas militares de várias figuras históricas. Veja abaixo um pequeno clip:
http://www.youtube.com/watch?v=XSbD2S3-7h4
Mas as coisas eram diferentes quando Paladino mudava-se para sua roupa de trabalho. Vestido completamente de preto, o que poderia inspirar uma imagem de homem mau, com uma marca de cavalo de prata de jogo de xadrez no coldre, ele prestava seus serviços para aqueles felizes o bastante para poder pagá-lo.
Em muitas ocasiões,contudo, Paladino faria trabalho humanitário, doando seus honorários ou não cobrando para uma boa causa. Ele era um campeão da justiça, com altos princípios e ética, sempre preocupado com “o que é certo.” (Procure a palavra Paladino no dicionário e assista a alguns episódios e você irá entender porque seu nome foi escolhido. Muitas vezes ele mudaria de lado e acabaria ajudando o oponente de seu contratante, logo após descobrir que seu agora ex-empregador não era boa pessoa.
Ele usava um Colt .45 preto com um cano de rifle, especialmente desenhada segundo suas especificações. Ele também carregava escondida uma pequena pistola (Derringer), para ser usada em certas ocasiões.
Os Melhores Episódios.
Toda série, sem exceção, tem episódios fantásticos, outros bons e outros regulares. Abaixo alguns dos melhores:
"The Yuma Treasure" (O Tesouro de Yuma) – Paladino é contratado por um oficial da Cavalaria para ser o intermediário em uma negociação de paz frente um tribo de índios hostis. Mais tarde, ele acaba descobrindo as intenções do oficial e que existem um grande campo de ouro no local.
"Quiet Night in Town" (Noite calma na cidade) – Neste episódio de duas partes, quatro homens em uma pequena cidade do Texaas, decidem enforcar um prisoneiro de Paladino, um homem acusado de assassinato, antes de ir a julgamento. Quando Paladino recusa a entregá-lo, eles machucam sua mão e matam o prisoneiro. Mais tarde, ele os procura...
"The Outlaw" ( O Fora da Lei ) – Paladino é contratado para capturar um condenado, assassino de 11 homens. O assassino, Manfred Holt, é um homem simples, que sempre dá uma chance aos seus inimigos e Paladino não deixa de gostar dele. Ele permite que Holt visite sua esposa e seu filho recém-nascido a caminho de volta para a forca e, ao mesmo tempo, engana um grupo de homens determinados para que Holt nunca volte vivo. No final, Holt se recusa a deixar sua família e inevitável confrontação acontece.
"The Long Night" ( A Longa Noite )– Paladino e dois outros em roupas escuras são emboscados por um poderoso rancheiro e seus homens. Eles são informados que a menos que um deles confesse ser o assassino da esposa do rancheiro na noite anterior, todos os três serão enforcados.
"The Protégé" ( O Aluno )-- Paladino responde a um anúncio de jornal que procura um profissional para ensinar a sacar rápido. Ele aceita o desafio e transforma o homem em um bom pistoleiro. Após se defender com sucesso, o homem é advertido por Paladino para guardar a arma, mas seu novo aluno não quer saber.
"The Scorched Feather" (A Pena Ressecada ) – Paladino é contratado por um jovem francês, Robert Cielbleu, para proteger seu pai de um estranho guerreiro índio , obcecado em matá-lo.
"El Paso Stage" ( Drama em El Paso ) -- Um jovem advogado, que Paladino encontra durante sua viagem, é assassinado por um sádido xerife da cidade em que vivia. O home da lei fora de controla também derruba Paladino, que cai em um salão de jogos em uma grande confusão. Mais tarde, ele se recupera e planeja acertar as coisas, um tarefa difícil, pois não se pode matar um homem da lei, quer seja uma luta justa ou não.
O Nascimento de uma Lenda
O 1º episódio da última temporada, “Gênese”, finalmente conta a estória da origem de Paladino. Em flashback, vemos que um indivíduo inexperiente, o futuro Paladino, acaba incorrendo em uma grande dívida de jogo. Para se livrar dela, ele é forçado, pelo seu credor – um grande e maligno barão de terras, chamado Norge, para desafiar um fora da lei chamado “Smoke” para um duelo de armas. Norge reclama que Smoke está aterrorizando um povoado de propriedade do barão e ele tem ameaçado Norge se ele pisar os pés lá. O homem , que mais tarde seria Paladino (nunca saberemos o nome real dele) procura Smoke, mas Smoke acha ele primeiro e bate nele, deixando-o inconsciente. Quando Paladino acorda, ele se encontra em uma espécie de cercado, aprisionado por um íngreme despenhadeiro de um lado , com rochas inescaláveis e uma parede de estacas de madeira pontudas. Smoke (desempenhado pelo mesmo Richard Boone, com cabelos grisalhos e sem o bigode) está vestido completamente de preto – o que seria o futuro uniforme de Paladino – olha para baixo, para seu prisoneiro de uma borda acima. Ele faz perguntas ao futuro Paladino e observa que ele é simplesmente o último de uma longa lista de assassinos enviados pelo barão das terras. Impressionado, contudo, com o forte desejo de Paladino em cumprir seu juramento de matá-lo, Smoke medita que “nos livros há um nome para alguém como você... um paladino...” Dalí em diante, ele sarcasticamente ele se dirige ao nosso herói por este nome sempre que pode. Smoke diz ao seu “nobre paladino” que ele vai conseguir seu duelo, mas comenta que suas habilidades são tão fracas, que Smoke se sente compelido a dar-lhe algumas dicas para o tal acontecimento.
Quando Paladino pratica seu saque. Ele não deixa de perceber a tosse persistente de Smoke; ele obviamente sofre de alguma doença respiratória. Depois, Paladino grita à Smoke que está sendo assombrado por morte iminente de um modo ou de outro. Na noite antes do grande evento, Paladino se senta perto de uma fogueira com fumaça e tem uma idéia... Na manhã seguinte, Smoke arremessa algumas balas para Paladingo, que rapidamente coloca na sua arma. Depois, ele coloca algumas moitas no fogo já quase apagado e faz criar uma fumaça irritante que segue para cima. Os dois homens se preparam para sacar, então a fumaça atinge Smoke e ele começa a tossir e a se desequilibra-se. Percebendo a trama de Paladino, ele saca rapidamente, mas sua mira é afetada e só passa raspando de Paladino.
Enquanto isso, Paladino atira e acerta. Smoke tomba no chão e Paladino corre até o homem morimbundo, que consegue ainda falar “agora você acha que matou o dragão?... Você sabe o que você fez?... Você deixou o dragão ficar solto... A única coisa decente que eu fiz em minha vida foi... acorrentá-lo longe destas pessoas.. Quem vai parar Norge agora?... Você?... Oh, sua armadura brilha muito, e seu braço é... forte o bastante...mas, onde está a honradez, nobre paladino?... onde está a sua causa?... Lembre-se, há sempre um dragão à solta...em algum lugar--” Paladino fecha os olhos do homem morto, obviamente não orgulhoso do que ele tenha feito.
As pessoas da cidade fazem o féretro de Smoke, enquanto Paladino fica ao longe. Está claro que das palavras faladas que eles davam valor a ele e o consideravam seu protetor, enquanto que eles consideram seu assassino contratado um vil sub-humano. Paladino, chorando, está muito abatido... e resoluto.
A próxima cena mostra Norge com sua carruagem. De repende, ouvimos Paladino gritar “Norge” Fique aí!”. No topo da colina, está Paladino, agora vestido como Smoke. Ele lentamente olha para baixo, focando o olhar em Norge, com desprezo. Um novo herói emerge, e uma nova era começou.. Deixamos o flashback e voltamos ao presente, Paladino é perguntado se Norge chegou a voltar ao povoado. Paladino responde “somente uma vez.”
Somente assistindo aos espisódios, podemos entender porque a série virou um clássico. Uma pena que a nossa TV brasileira é muita fraca e só quer saber de ser apenas comercial. Virou um canal de compras, como se o brasileiro tivesse tanto dinheiro para gastar com lances, com câmeras, e outras coisas mais. Voltando ao ator Richard Boone, como eu disse ele morreu em 1981, mas podemos vê-lo, além de Paladino, em diversos filmes. Eu destaco dois dentre eles: Alamo, junto com John Wayne.
E O Senhor da Guerra (War Lord) com Charlton Heston em 1968 (imagem abaixo):
Mais uma vez, uma pena que a TV não passa mais estes filmes. Tanto a TV aberta como a TV paga. A primeira, como disse, virou canal de compras e comerciais e a segunda está, com raras exceções, de má qualidade e pouca variedade em filmes. Muitas repetições. O Canal TCM é muito fraco, com pouca variedade.
Veja aqui a música para Paladino.
http://www.youtube.com/watch?v=HZzY6KZuLUo
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Comparação da Terra com outros planetas e estrelas
Vocês acham que a Terra é imensa?
Vejam, no link abaixo, o planeta Terra e a comparação de tamanho frente aos outros planetas, ao Sol e outras estrelas.
http://blame.ca/?p=85
Iniciando o Piloto de Star Trek - 2ª Parte
Mesmo na fase de pré-produção, o assistente de direção Bob Justman percebia que o relacionamento entre Byron Haskin (produtor associado) e Gene Roddenberry estava deteriorando. Em vez de Byron aceitar as idéias de Gene e procurar fazer com que fossem factíveis, ele, às vezes, se recusava a se comprometer.
Byron era muito inteligente e sabia de tudo sobre efeitos óticos. Gene tinha muita paciência com as pessoas que divergiam dele, mas pouca ou nenhuma paciência com pessoas que fossem teimosas sobre o que poderia ou não ser feito.
BOB: “Não dá para você fazer assim”, Byron dizia a Gene. “Por que não?”
Byron cruzava os braços e afirmava, “porque não dá para fazer desse jeito. Conheço este negócio há 40 anos. Você não pode reinventar a roda.”
Gene olhava para ele e depois para mim, contrariado.
Mais tarde, quando Byron e eu estivéssemos sozinhos, eu dizia a ele calmamente. “Sabe, Byron, nós todos queremos a mesma coisa, o efeito que o Gene deseja. Não é a maneira de fazer e sim o resultado final que importa. Talvez você consiga achar outra maneira de fazer. Ou mesmo algum outro efeito melhor ainda – mas que não seja caro.”
Byron resmungava, mas acabava pensando em algo. Muitas vezes dava certo, outras não. Era como arrancar um dente. Gene detestava passar por este tipo de situações.
Houve um revés temporário no Departamento de Arte quando o Diretor de Arte, Pato Guzman deixou o projeto. Com saudades de casa, voltou à sua terra natal, o Chile. Contratamos para o lugar dele um diretor de arte veterano, o alemão Franz Bachelin. Apesar desta inesperada mudança, o design do projeto ia adiante com Matt Jefferies trabalhando junto com Franz e além de projetarem todo o set principal (onde as cenas principais da série seriam filmadas), também criaram vários consoles de instrumentos e painéis de leitura.
De acordo com o conceito original de Roddenberry, o linguajar da nave seguiria o padrão “náutico”. Isto é, seriam usadas as denominações, como convés, ponte, estibordo, bombordo, tudo à frente, etc. A Enterprise seria uma “embarcação”, um cruzador espacial da frota estelar. E seria comandada por uma capitão.
Jefferies ia e vinha da sala de Gene com os projetos da nave para serem aprovados. O criador-produtor era difícil de agradar, mas pouco a pouco, um modelo diferente começava a tomar forma: um corpo inferior em formato cilíndrico, com a traseira assemelhando-se a um hidroavião, e no topo uma grande estrutura em formato de disco, como pode ser visto nestes desenhos. Não era mesmo uma nave aerodinâmica e parecia difícil de acreditar que, no mundo real, aquilo poderia levantar vôo. Certamente, foi algo bem diferente das revistas de ficção científica.
Com a aprovação final de Gene, foram dadas as instruções para Darrell Anderson e sua equipe criar a miniatura da nave. Miniatura que nada! Ela tinha mais de 4 metros de comprimento e seu tamanho poderia criar problemas com as filmagens, mas não por causa que o modelo era difícil de mover. O modelo não deveria se mexer; seria a câmera que moveria e aí estava o problema. Por causa do tamanho, os movimentos da câmera ficariam limitados.
Mas o vento da sorte soprou a nosso favor e conseguimos trazer um experiente cameramen, Bill Snyder, que, com sua equipe, conseguiu contornar o problema.
BOB: Era evidente que precisávamos do melhor maquiador que pudéssemos achar. Havia várias “peças” (próteses de borracha e látex), que teriam que ser criadas e afixadas diariamente nos atores que iriam fazer os papéis de alienígenas. Naquele tempo, não havia muito “expertise” sobre próteses que precisávamos. Certamente, o estúdio não tinha ninguém; o estúdio Desilu nem sequer tinha um departamento de maquiagem. A maquiagem de Lucy era feita em seu camarim particular.
Mas havia uma pessoa a quem poderíamos passar esta difícil tarefa. Eu trabalhei com Fred Phillips em várias séries de TV, a última delas sendo a The Outer Limits (aqui no Brasil foi chamada de a 5ª Dimensão e parecida com outra série do gênero, Além da Imaginação). Esta série requeria muita maquiagem especial e próteses. Embora Fred estivesse ocupado, consegui trazê-lo para o episódio-piloto. Ele teria que criar e construir as orelhas do Sr. Spock, orelhas estas que ficariam famosas e que, mais tarde, iriam atormentar a todos nós, Freddy, Gene, eu, Herb Solow, a NBC e Leonard Nimoy – depois William Shatner. Especialmente Bill Shatner.
Para nossa surpresa, a escolha do elenco não foi difícil. Todos os personagens estavam bem delineados.
A NBC, Solow, Roddenberry e o diretor Butler estavam bastante entusiasmados por terem conseguido Jeffrey Hunter (foto ao lado) para ser o capitão Christopher Pike ( no original de Roddenberry, o o nome do capitão era Robert April). Hunter tinha aparecido em mais de 20 filmes, entre eles, O Mais Longo dos Dias, o Último Hurrah junto com Spencer Tracy e Rastros de Ódio (The Searchers) junto com John Wayne, considerado o maior western (faroeste) de todos os tempos. Jeffrey também foi o ator principal em O Rei dos Reis, no papel de Jesus Cristo.
Leonard Nimoy, um ator que estava em início de carreira, tinha trabalhado para Gene em O Tenente, e seria quem Roddenberry escalaria para ser o Sr. Spock. Sua fisionomia séria e introspectiva seria perfeita para o estranho personagem. Mas, no início, Nimoy ficou preocupado com as orelhas que usaria. Ele não queria ficar estereotipado e terminar sua carreira, fazendo somente tipos bizarros.
DeForest Kelley tinha reputação de fazer papéis de vilão durante os anos dourados do western de Hollywood. Kelley estava no topo da lista de nomes de Gene para o papel de médico da nave. Mas o diretor Bob Butler tinha recentemente visto o experiente e mais famoso John Hoyt atuar em um festival de Shakespeare. Butler gostou muito dele. John Hoyt pegou o papel do médico. Roddenberry não fez objeções.
Susan Oliver, uma das pessoas mais agradáveis e talentosas de Hollywood, foi escolhida como atriz convidada do episódio e seria o par romântico de Jeffrey Hunter. O seu papel incluía vários tipos, um deles era Vina, uma alienígena dançarina de pele verde. Enquanto a parte “dançarina” da história estava ok, Justman iria descobrir que a parte verde seria algo mais.
Roddenberry deu a aprovação final para os uniformes da tripulação.
Mas a aprovação de algumas roupas demoraram um pouco mais. Gene queria algo diferente no vestuário feminino. E nas roupas criadas para Susan Oliver e as dançarinas. Seu veredicto: Bom trabalho, Bill (Bill Theiss, criador do vestuário da série). Mas não está muito revelador. Acho que podemos mostrar mais, não?”
Solow iniciou um “Bem ...”.
Gene não esperou Solow terminar de falar. “Isto mesmo, Vamos mostrar mais.”
HERB: Gene queria que Majel Barrett, uma atriz que trabalhou com ele na MGM fosse a nº 1, a segunda em comando da Enterprise.
“Você vai gostar dela, Herb.” “Ela é bastante segura.”
“Vai ser difícil, Gene, convencer a NBC, que está esperando uma atriz mais conhecida para este papel. Para um papel menor, tudo bem.”
Sempre que Gene desejava convencer alguém de algo, ele sempre dava uma longa tragada no cigarro, começava a falar baixo, que chegava a ser em câmera lenta. (Eu seria seu tradutor durante as reuniões com a NBC, nos momentos em que os Vice-Presidentes aguçavam os ouvidos para entender o que ele dizia). E Gene começou a falar, “ É importante ...ahhh...para mim, Herb. Chame isto...aaah... de amor à profissão. Você vai...aaah... gostar dela.”
E lá fui eu na NBC tentar convencê-los. “Pessoal, ouçam. Roddenberry tem certeza que encontrou uma mulher maravilhosa para o papel do Nº 1. Mas ela ainda é desconhecida do público. Isto é uma vantagem para nós. Vai dar mais humanidade e credibilidade ao conceito. Afinal de contas, isto é ficção científica,certo?
O executivo de programação da NBC, Jerry Stanley, olhou com ar de interrogação para o Presidente da NBC, Grant Tinker. E depois disse, “Jesus Cristo, Herb, isto é loucura. Ela é a namorada dele. Eu me lembro que ela vivia aparecendo no escritório de Gene, quando ele fazia a série O Tenente na MGM para nós.”
A verdade era que a NBC não queria ser colocada em uma posição incômoda, mas no final, Grant e Jerry não queriam atrapalhar a vida de Gene. Majel foi escolhida para ser a Nº 1.
BOB: Quando comecei a trabalhar para a série, Majel Barret já havia sido escolhida par ser a Nº 1, a 2º em comando da nave. Gene disse: “ Ela é um boa amiga, Bob, e como um favor para mim, ela fará os testes de maquiagem da dançarina verde de graça.” Majel há havia trabalhado para ele, e de fato, eles tinham mais que uma simples relação profissional, um fato sobre o qual eu fiquei por fora durante muito tempo.
Majel parecia ser simpática e deixou que fosse colocada a maquiagem de vários tons de verde e depois ser fotografada à frente de um fundo neutro. No dia seguinte, quando ela voltou para fazer os testes de maquiagem, Majel veio com uma cor parecendo com verde, mas não um verde que queríamos. Talvez, Fred tivesse usado mais verde, porque o filme da Eastman que estávamos usando, não poderia dar aquela cor.
Fred estava surpreso. “Puxa vida, era o verde ideal que tínhamos feito.Não entendi.”
“Use mais verde, Fred,” disse Gene. Fizemos o teste de novo. No dia seguinte, o mesmo resultado.
Chamamos o pessoal do laboratório de filme. “Por que que este filme não consegue dar o verde que queremos?”
A resposta: “Vocês viram também? É muito estranho. Nós trabalhamos demais para para corrigir, mas não conseguimos todo aquele verde.”
Até no sentido de economizar dinheiro, um de nossos gerentes sugeriu que usássemos uma peruca verde que Lucy usava em suas comédias, mas Gene não quis. Ele queria que Vina usasse um cabelo na cor vermelha, que ele achava que dariam um bom contraste com a pele vermelha da dançarina.
Depois que Justman segmentou o roteiro e o programou para a filmagem, percebeu-se que a programação estava muito longa e o orçamento de gastos muito alto. A velha guarda (NBC) teve um ataque: “Vai custar o que? Pode cortar!”
Herb Solow, já desconfortável com a diferença entre o que a NBC pagaria e o que o episódio-piloto custaria, teve que concordar com o estúdio. Com os devidos cortes, que não pudessem comprometer a estória, a programação de filmagem caiu de 16 dias para 14 dias. Mas não era o bastante. O orçamento estava ainda alto.
Foram necessários mais cortes, mas Gene não poderia fazer mais nada com o roteiro e Bob Justman sabia que a menos que tudo saísse perfeito, o episódio-piloto teria que ser feito em mais tempo e custaria mais que o estúdio queria pagar.
Para determinar o tempo de filmagem, Justman convenceu a todos que seria mais seguro começar a produção em uma Sexta, do que na Segunda, a fim de que o elenco e equipe, não ainda acostumados com aquele nova série desconhecida, pudessem entrar no batente por um dia e entrar logo depois no fim de semana. A fotografia principal iria começar na Sexta, 27 de novembro de 1964 e estava programada para terminar em 11 dias úteis mais tarde, na Sexta, 11 de dezembro de 1964.
“Onze dias? Ok,” concordou o diretor assistente, “ e para a trilha sonora, vamos colocar a do E o Vento Levou.”
Justman sugeriu a Gene e a Solow que três dias de ensaio com Butler e o elenco valeriam a pena. Os ensaios do elenco começaram na Segunda, 23 de Novembro de 1964. Depois veio Quinta, o Dia de Ação de Graças. E depois viria a Sexta, a “hora da magia”, o primeiro dia de filmagem.
A hora da magia tinha finalmente chegado. Sem sequer ter filmado nada, o orçamento do episódio-piloto já tinha passado do limite. Star Trek estava a algumas horas de seu nascimento.
PRÓXIMO CAPÍTULO DA NOVELA: A HORA DA MAGIA: O PRIMEIRO EPISÓDIO-PILOTO
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